Eu amava. Ah sim, eu amava! E também enganava... Eu literalmente burlava a dor com minhas próprias mãos. Mas confesso que eu não esperava, na verdade, eu não acreditava que no final de tudo seria eu segurando aquela arma.
Eu só queria ser útil, ser necessário, então me fazia por ser... E às vezes todos se sentiam usados pelo amor que eu fingia ter por eles, mas já não havia mais nada que pudessem fazer. Era tarde demais.
Quando dei por mim eu havia mudado. Havia me transformado num assassino. Profissional em matar o amor e deixar as lágrimas para um outro alguém secar... Profissional em iludir, fingir, convencer, dar prazer e depois magoar, maltratar, punir todas e quantas vezes eu achar necessário.
Mas não pense que eu não sofro, que eu não sou castigado... Pois todo desejo de um coração aflito, no fundo, é ser amado.
"Eu amava o amor, agora eu o mato, antes que ele mate a mim."