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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

146. Poesia Torta

Gosto do gosto que me alivia o desgosto de ter que talvez um dia te abandonar.
Traço um esboço linear do seu rosto toda vez que meu corpo quer te encontrar.
Sustento a carência por pura demência, e de tanta insistência acabo por exercitar a paciência.
A sensação de abandono por quase um ano é o motivo por eu estar assim.
Quando perco meu sono já nem mais reclamo, aceito o drama do início ao fim.
Talvez esteja em desuso essa minha técnica de poesia torta,
Mas alguém uma vez me disse que tudo que um dia vai, sempre volta.

sábado, 17 de setembro de 2011

145. Acelerado (Fast)

Meus dias se tornaram minutos, simples, dinâmicos. Minhas atividades cotidianas estão sistemáticas.
Pessoas sentem minha falta, estranham minha ausência, querem saber por onde eu ando e eu prefiro até ignorar. Na verdade, eu prefiro nem pensar no que eu faria ou não se tivesse me importado com determinadas coisas, com determinadas pessoas.
Sinto que, ultimamente, me conhecer é uma questão de sorte? destino? querer e me esquecer também é uma questão de querer se afastar.
Estou contando os dias pra  esse acelerado ritmo terminar, mas sei que isso virá aos poucos, com  o tempo. Passo após passo, me aproximo das coisas que me propus a fazer e isso me anima, pois logo terei tempo pra iniciar novos projetos.

"E quem me quiser, vai ter que me aceitar ACELERADO do jeito que eu sou..."

sábado, 10 de setembro de 2011

144. Coração de Coelho (Final Sacrifice)

Pode não parecer, mas imerso em toda a escuridão, luxúria e perversidade, há em mim um coração de coelho. Puro. Limpo. Disposto a sempre querer o bem, a sempre fazer o bem.
Tento erguer-me sob a luz. Olho ao redor, mas não consigo ver nada. Talvez seja um delírio. Mas sinto-me mais corajoso agora. Disposto. Preparado para o sacrifício final.
Tomai-o. És teu. Leve meu coração e use-o da melhor forma possível.
Aqui, deitado sobre essa mesa de sacrifício, sou incapaz de perceber quem é a oferta e quem é a faca. Mas peço, apenas, por um corte lento e profundo.

"Trasformai meu coração de coelho em um coração de leão..."

sábado, 3 de setembro de 2011

143. Brinquedo (Someone Else’s Hands)

Incluíram-me no jogo, e esqueceram-se de dizer as regras. Senti-me um brinquedo nas mãos dos outros, e diante de tudo aquilo nada pude fazer.
Usaram e abusaram de mim. Encolhi-me num canto tentando desaparecer, mas parece que não deu certo. Talvez tenha sido o brilho dos meus olhos que atraíram as atenções para mim, justo quando eu menos queria.
Quando eu decidi que não queria mais jogar era tarde, já me haviam transformado em uma estátua e eu não podia sair daquela situação.

"Vou com os outros pro abate..."